O que eu vi nos meus 10 anos de facebook

Hoje, 23 de outubro de 2017, completo 10 anos como membro ativo do facebook. Em 2007, quando criei minha primeira conta, para me comunicar existiam bem poucas pessoas (desconhecidas) da minha cidade. Pela falta de opções, nos adicionávamos e conversávamos entre nós mesmos. O orkut ainda vivia seu auge no Brasil, embora começasse a cavar a própria cova, inventando novos layouts e funcionalidades que não ajudaram a perpetuar a dominância (que era limitada a mercados não muito promissores como Mexico, India e, claro, Brasil).


Lembro-me de desejar que todos os meus amigos migrassem logo para o facebook. O orkut não tinha nada. Não era nada. A fazendinha feliz que todos jogavam na rede social do Google era apenas uma cópia barata do game mais popular do mundo: FarmVille.
Não adiantou. Precisei me conformar com os amigos virtuais que o facebook oferecia e foi com eles que convivi durante uns 6 anos, até o facebook tornar-se o que é hoje.
De lá pra cá muita coisa mudou. Há quem sinta saudade do orkut, apesar de saber que essa saudade é mais emocional do que técnica. O orkut tem o seu valor no espaço das redes sociais importantes para o desenvolvimento da web 2.0 mas não tinha muito mais o que oferecer, enquanto que o facebook supria cada vez mais todas as demandas. Na falta das comunidades, tínhamos páginas e grupos. Podíamos vender coisas. Podíamos mostrar para todos onde trabalhávamos, com quem namorávamos e saíamos. Não precisávamos mais comentar nada. Era só clicar no "curtir", que estava tudo certo. O amigo postava aquela foto na praia, para a qual você não dava a mínima, mas clicava no singelo botão com a joinha pra cima. E todos ficavam felizes.

Essa brincadeira evoluiu. O facebook é hoje muito mais do que uma rede de amigos e colegas de escola. É ambiente de trabalho. Eu mesmo já precisei vender muito evento dentro do facebook, pagando meu suado dinheiro para que a rede de Mark Zulkerberg mostrasse as publicações da página do meu trabalho para as pessoas que já haviam curtido a página em questão.
Já vi gente colocando foto de quando era criança na semana do 12 de outubro. Já vi gente reclamar disso, alegando que ninguém coloca foto do parente morto no dia de finados (super sofisticado esse argumento). Já vi namoros começarem e terminarem. Já vi amigos que não se viam há anos se reencontrado e amigos de infância se afastando por preferências políticas.

Após desejar que todos os meus amigos estivessem no facebook, 10 anos depois me pego pensando se valeu a pena dedicar tantas horas da minha vida para perceber que, bem no fundo, era só carência. Acho que, se minha família se abraçasse mais vezes, eu não me preocuparia tanto em postar textões demonstrando uma pretensiosa sofisticação, na ânsia de que alguém, que se importe tanto com isso quanto se importa com o amigo que publica fotos na praia, me doe um mísero segundo de seu tempo, clicando no botão mais inovador e melancólico já criado: o like.

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