O que aconteceu com a fase rock de Demi Lovato?

Demi Lovato voltou ao pop. Ué, mas ela não havia abandonado o gênero para assumir sua vontade de tocar rock? Até uma banda só com mulheres roqueiras ela montou, tendo participações efetivas de grandes nomes como Nita Strauss, guitarrista de Alice Cooper, e até mesmo um solo do lendário Slash, do Guns N' Roses, em seu álbum "REVAMPED". Em show realizado no festival Rock in Rio de 2022, Lovato teve uma das performances mais elogiadas da edição.

Todd Owyoung/NBC via Getty Images




Mas, de repente, todo o figurino, o discurso e a atitude caíram por terra. Com o anúncio de "Fast", um single pop chiclete para 2025, a imagem que fica é a de uma artista que não sabe para que lado correr. Uma busca quase desesperada por relevância, num momento em que seu público original envelheceu e, sejamos honestos, já encontrou outras trilhas sonoras para a vida adulta.



Essa reviravolta, no entanto, não é tão surpreendente se analisarmos os fatos. A aposta no rock foi, acima de tudo, uma jogada de mercado. Ela aconteceu no vácuo de um fenômeno: o sucesso global do Måneskin e, principalmente, a explosão de Olivia Rodrigo, que provou ser possível misturar a fúria do pop-punk com o apelo do topo das paradas. Para Demi, que já via seu brilho no pop diminuir, a oportunidade era perfeita. Parecia uma chance de ouro para parecer autêntica e, ao mesmo tempo, incrivelmente atual.


O plano era bom, mas a realidade foi outra. "HOLY FVCK", apesar de elogiado, não causou o terremoto comercial esperado. E foi no projeto seguinte, "REVAMPED", que a estratégia desmoronou de vez. O álbum, que deveria ser a celebração de sua nova identidade, soa como um trabalho feito às pressas. A produção é vítima da pior face da "Loudness War": as músicas são tão esmagadas na masterização que perdem toda a dinâmica, transformando-se em uma massa sonora chapada, distorcida e cansativa.


Waveform de "Sorry Not Sorry", na versão Revamped: "Guerra do Volume" em forma de imagem

É um erro técnico que grita "falta de zelo". E essa displicência com um projeto tão simbólico foi o sinal de fumaça de que a convicção talvez nunca tenha sido tão forte.

Então, o que realmente aconteceu com a Demi Lovato roqueira? Ela se deparou com a dura realidade de uma aposta que não se pagou. Os shows aclamados e as parcerias de peso não foram suficientes para sustentar uma era que falhou em cativar o grande público e que, em seu momento crucial, pecou pela falta de cuidado. A volta ao pop não é uma evolução. É um recuo tático, a manobra final de uma carreira que, hoje, parece mais focada em encontrar um hit do que em construir uma identidade.


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